Encontro Inusitado!
Visão geral do local de pesquisa da jazida de barro para artesanato em Itapecurú, município de Carolina/MA.
O fato aconteceu em Carolina/MA em outubro de 2014, durante os trabalhos de pesquisa para revitalização do artesanato tradicional da região.
Dentre as tipologias de artesanato ali observadas, a produção de artefatos cerâmicos foi detectada como uma das mais significativas e merecedora de atenção no intuito de trazer essa prática de volta ao cotidiano de Carolina/MA.
Entretanto, um dos maiores desafios para atribuir sustentabilidade a uma prática artesanal é a disponibilidades de matéria-prima. Ocorre que a principal razão do declínio da manufatura de produtos cerâmicos naquele município, foi ocasionada pela impossibilidade de acesso por parte dos artesão à jazida de argila que ficou submersa pelo lago criado após a construção da Hidrelétrica de Estreito/MA.
Neste contexto, mediante ao anseio e desafio de revitalizar o artesanato cerâmico de Carolina/MA, surgiu a necessidade da descoberta de nova jazida onde os artesãos possam obter de forma mais acessível a argila/barro ideal para a menufatura de suas peças.
Ao longo desse verdadeiro processo de pesquisa em busca de uma jazida alternativa, conversando com possoas da região, nos foi informado que na localidade denominada "Itapecurú", possivelmente existisse uma área de ocorrência do barro ideal para a prática de artesanato. Levando-se em consideração essas informações, partimos para uma visita técnica àquela localidade na companhia do artesão mestre ceramista Julimar, com o objetivo de obervar o ambiente, coletar amostras para testes e averiguar finalmente a veracidade das informações sobre a existência da jazida.
Foi durante essa visita técnica, já no período da tarde, quando o nosso guia, natural de "Itapecurú", nos chamou atenção para o que seria uma visão rara. No troco de uma ávore conhecida como Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium Schott. ex Spreng.), estava alí, imóvel e aparentemente imperceptível um filhote de uma ave, popularmente denominada "mãe-da-lua". Lançando mão do artifício da autodefesa natural típico dessa espécie, através do processo de mimetismo, o bichinho se confundia tão perfeitamente com a textura do tronco da árvore que demorei alguns minutos para percebê-lo. Observem nas imagens abaixo meu ponto de vista de aproximação da árvore, até perceber a ave.
Experiência incrível que tive a oportunidade de vivenciar no belo município de Carolina/MA, lá no Itapecurú!
Mãe-da-lua-gigante, ou urutau, é um dos mestres na arte da camuflagem na floresta. É uma ave versátil e pode ser encontrada desde o México até o Sul do Brasil. Atualmente, são conhecidas cinco espécies de urutaus distribuídos em todo o País. Outras duas novas espécies estão em processo de descrição científica, uma delas na Amazônia. “A mãe-da-lua-gigante é uma das mais comuns, com registros no Brasil todo, com exceção do extremo sul e nordeste do Brasil. Entretanto, na Amazônia, ele é muito mais comum que na Mata Atlântica e Cerrado”, informa o biólogo e pesquisador do Museu da Amazônia (Musa), Felipe Bittioli.
O pássaro possui hábitos exclusivamente noturnos, não faz ninhos, prefere caçar voando ao entardecer, e capturar insetos em pleno voo. Seu canto varia de longos e finos assovios a gritos guturais, e pode ser assustador à noite, por isso gera muitas lendas sobre sua aparição. “Ele tem uma plumagem camuflada semelhante à casca das árvores que permite que fiquem praticamente invisíveis durante o dia. Enquanto houver luz do Sol, permanecem imóveis, pousados no final de um galho com o pescoço esticado. É quase impossível saber onde termina a árvore e começa a ave”, complementa Bittioli. (Fonte: http://portalamazonia.com/).